
Quando eu tinha nove anos, morava em Guarantã do Norte, no Mato Grosso, bem pertinho do Pará, na verdade.
E não havia estrada, mas sim chão de terra, melhor AREIA.
Parecia uma grande praia sem mar.
Atrás da rua onde eu morava havia um aeroporto e atrás do aeroporto moravam vários índios, daqueles que usam prato na boca, andam sem camisa por aí com o corpo coberto de tinta e seus meios de transporte não são os barcos, já que não há grandes rios, mas sim as mais atuais caminhonetes que o nosso dinheiro ainda não pode comprar.
E o mais interessante, era que nada destas coisas me assustava, pelo contrário eu adorava ficar olhando fixamente, tentando entender como colocavam os pratos na boca(hoje eu sei) .Foi aí que eu descobri uma super vontade em trabalhar com índios, ensinar a ler e a escrever. Ainda não realizei esta vontade, mas tudo tem sua hora.
Enfim, sem perder o foco, continuo...
Numa das muitas tardes de calor intenso, meu pai, minha melhor amiga Gislene e eu, fomos visitar um tio que morava em um sítio, com águas límpidas e muita argila, para fazermos toda escultura que quiséssemos, era tão legal, a argila secava na pele a andávamos feito robôs.
Naquele dia, meu pai ficou conversando com meu tio e minha amiga e eu descemos até o rio, passamos por uma "quiçaça" que era maior que nós duas e entramos no riacho, me lembro até hoje da sensação da água fresquinha e do cheiro de cocô de vaca!
Estávamos lá brincando, rindo...gritando, quando de repente vimos pegadas de vacas ou bois na beira do rio, levantamos devagar, sem falar nada, olhamos pra trás e avistamos uma vaca gigante olhando fixamente pra nós duas e mugindo, veio pro nosso lado. Neste momento começamos a gritar: "Paiiiiiii, socorroooooooooo!" e a minha amiga gritava também: "Paiiiiiii, salva a gente, tem um monstrooooo aquiiiii", até ela chamava o MEU pai de pai.
Do nada vimos a "quiçaça" se mover rapidamente, e avistamos a careca do papai, correndo desesperadamente, e do nada a carequinha desapareceu, e de novo surgiu em meio ao mato, ele tinha caído, levantou e saiu pulando, parecia que pisava em brasas, de tão alto que pulava.
Pra finalizar ele se enroscou na cerca, rasgou a calça e em seguida "nos salvou"da terrível fera que babava.
Quando ele viu que se tratava de uma vaca, boi ou sei lá o que, eu não fiquei vendo estes detalhes, ele quis nos bater, queria nos afogar no rio, ficou morrendo de raiva pelo escândalo que fizemos.
Mas no fundo ele entendeu o medo que estávamos sentindo.
O mais engraçado era vê-lo correndo, caindo, levantando, se enroscando! Ele parecia o super homem nordestino, careca e com metade da cueca pra fora, já que tinha deixado um pedaço da calça na cerca!
Meu pai sempre vai ser meu herói.Desastrado, mas herói!
Seu pai já te salvou de uma vaca?
O meu já! ;)
Bjos da Deli
poxa, salvar de uma vaca o meu nunca salvou :/
ResponderExcluiro maximo que ele fez foi me esquecer em um pesque-pague quando eu tinha 8 anos...
HASHUASUAUSUASUHUASHUAHSU
ResponderExcluirPutsss Jacobsss... que triste!!!
ResponderExcluirMas tenho certeza que vc supera!!! hahaha
Bjos
Essa parte do indio e da "quiçaça" é vdd...agora acredito, afinal estou no Pará.... e meu pai tbm ja me salvou de uma vaca...estava dirindo, onde de repente meu pai..."olha a vaca", ai desviei da dita cuja....huauuuaahhha
ResponderExcluirBjinhos.
Nossa amiga, vc tem talento para contar história, parecia que eu estava lá com vc!
ResponderExcluirMeu avô que tem essa jeito para contar suas histórias no tempo que morava na Bahia, à mais de cinquenta anos, dá valor a cada detalhe, nos levando ao "imaginário mundo real" do causo!
I loved!
Oi amiga do meu core.....é a Nayara....qto tempo hein!!!!!
ResponderExcluirpra te falar a verdd meu pai ja me salvou de uma vaca tbm....no fundo da casa da minha mãe, tinha um curral com um montão de vacas......ai um dia fomos ver o cara lá tirar leite...ai eu me destraí e fui pra longe do meu pai, derrepente eu vi aquela coisa gigante se aproximando de mim....sai gritando e correndo pra perto do meu pai.....ele me salvou....ai agora entendo que nem era vaca, era um bezerro, mas naquela época tudo era gigante perto de mim...rsrsrsrs.......meu pai é meu herói tbm......bjos no fundo do seu coração.....t amo muitão
Pessoal estou amando os comentários!!! rs
ResponderExcluirE rindo mtoooo...
Vini: vc sabe que é verdade, né? Afinal está aí no fim do mundo rs
Fran: minha linda, obrigada! Seus coments são importantíssimos pra mim!
Nay: que saudade absurda de vc!!! Te amoooo!!!
Bjosss
Adorei minha linda... Realmente vc leva jeito para contar seus contos. Acho que deveria investir mais nisso... quanto a dar aula para os índios, não sei se seria uma boa idéia, vai que um deles discorda de uma correção sua e te prega na lousa com uma flechada. Rsss... ;-)
ResponderExcluirbjos e parabéns novamente...
Ah... e o meu pai nunca me salvou de uma vaca... nem de coisa alguma. Rsss...
B.A.
Bru =)
ResponderExcluirSua opinião sobre o que escrevo é mto importante e fiquei bem feliz por saber que você gostou =)
Obrigada...
Pode ser que eu invista nisso, novos sonhos estão surgindo! ;)
Bjos
Uhuuuu... quem derá eu, saber relatar de tal forma e presição as trapaiada do meu saudoso paizao,...
ResponderExcluirIsso ai ED MAIS...fiquei até imaginando a inoscente e serena, a garotinha indefesa, com sua fiel amiguxa, que se divertiam em meio a fantastica fabrica de sonhos "a lagoa",... pera ai, uma pergunta que nao quer se calar, a lagoa ohhhh!!! era azul????rsrs
E a vaca, por nome Salomé?rs
O pai corria descalço ou de conga...rs
Mirooooo...sinto sua falta aqui, das vezes que ficamos horas conversando na Biblioteca, lembra? rs
ResponderExcluirObrigada por acompanhar!
A vaca não tinha nome e a lagoa não era azul rs
E o pai corria de com seu lindo chinelo rider, que por fim, soltou as tiras hahaha
Bjos
Caraca eu to chorando de dar risada!! comico de mais!!!
ResponderExcluirDeli, adorei seu texto, realmente você tem uma capacidade muito boa em narrar, com riqueza de detalhes, transportando o leitor para o acontecimento. Gostei demais! Parabéns!
ResponderExcluirLukinha
De.. isso é uma história real?
ResponderExcluirBeijos bom texto!
Daniel
Isso conçerteza daria um bom Filme,e o nome podia se chamar "Meu Pai é um Herói"(mesmo que ele tenha ti salvado de uma vaca ou um boi seila pois eu nem tava nascido naquele tempo)
ResponderExcluirLegal!(sou eu o Jonatas ta
abraços
oi deli aki eh o rafa ...hahaha... ficou engraçado msmo..rs
ResponderExcluirObrigada por acompanhar ;)
ResponderExcluirKi massa Deli...
ResponderExcluirComigo foi o Contrário... Meu Pai (Seu Tio), vive me empurrando pro meio das vacas...
Pra Vacinar, pra marcar, pra apartar e outras cositas mais...
Só num levo muito jeito pra Lida com as vaquinhas... Mas acabei descobrindo coisas muito interessantes sobre elas...
Quanto aos Índios, continua a mesma coisa, Lindas e Novas caminhotes, mas eles (os Índios) cobertos com aquelas tintas fedorentas(urucum).... Bom é isso, Guarantã continua a mesma selva...
Eu acho que Guarantã sempre será a mesma, primo! rs
ResponderExcluirSaudade de vcs!