Intolerância religiosa: regra ou exceção no Brasil?
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Fonte:UOL |
No mês de junho de 2015, no
Rio de Janeiro, uma menina de 11 anos, praticante de Candomblé, foi apedrejada
na cabeça e insultada por dois homens que portavam Bíblias na mão e que
supostamente pertencem a seitas cristãs evangélicas ou neopentecostais. O fato
despertou a atenção do público para a intolerância religiosa na sociedade
brasileira. Que o problema existe, é inegável. Mas o Brasil não tem um
histórico de conflitos armados motivados pela religião, como ocorrem no Oriente
Médio ou na Índia, por exemplo, ou como ocorreram historicamente entre
católicos e protestantes na Europa. Diante disso, é o caso de perguntar: que
dimensões assume a intolerância religiosa no Brasil? É grande ou pequena? É
explícita ou camuflada? É regra ou exceção? Por quê? Escreva um texto
dissertativo-argumentativo expondo sua visão sobre o tema. Considere na sua
argumentação as informações apresentadas na coletânea.
ELABORE UMA DISSERTAÇÃO-ARGUMENTATIVA CONSIDERANDO AS
IDEIAS A SEGUIR:
O direito de criticar dogmas
é assegurado como liberdade de expressão. Atitudes agressivas, ofensas e
tratamento diferenciado a alguém em função de crença ou de não ter religião são
crimes sem fiança. Lembre-se que crítica não é o mesmo que intolerância.
(Página do Ministério da Justiça no Facebook)
Alguns fatos
1) No domingo passado,
Kayllane Campos, de 11 anos, e outras sete pessoas voltavam de um evento
religioso caminhando pela avenida Meriti, na Vila da Penha, quando dois homens
que estavam em um ponto de ônibus do outro lado da rua começaram a insultar o
grupo. Com Bíblias sob os braços, os agressores gritavam "Sai demônio, vão
queimar no inferno, macumbeiros" e lançaram a pedra contra o grupo,
segundo Kátia Marinho. A pedra bateu em um poste antes de atingir Kayllane, que
chegou a desmaiar. Os dois agressores fugiram de ônibus.
2) Católicos, evangélicos,
adeptos do candomblé, da umbanda e de outras religiões se reuniram em um ato
contra a intolerância religiosa na manhã deste domingo (21 de junho), no largo
do Bicão, na Vila da Penha, zona norte do Rio. A manifestação ocorre uma semana
depois de a estudante Kayllane ter levado uma pedrada na cabeça quando voltava
de uma festividade do candomblé. Cerca de 400 pessoas participam do ato neste
domingo.
3) Em 2014, o Disque 100
registrou 149 denúncias de discriminação religiosa no país. Mais de um quarto
(26,17%) ocorreu no estado do Rio de Janeiro e 19,46%, em São Paulo. O número
total caiu em relação a 2013, quando foram registradas 228 denúncias, mas, mesmo
assim, mostra que a questão não foi superada no país. As principais vítimas são
as religiões de matriz africana, como o candomblé e a umbanda.
Conceitos
Alguém já conceituou com
propriedade: "A intolerância religiosa é um conjunto de ideologias e
atitudes ofensivas a crenças e práticas religiosas ou mesmo a quem não segue
uma religião. É um crime de ódio que fere a liberdade e a dignidade
humana."
Diante deste conceito amplo,
poderemos, portanto, resumir como liberdade religiosa: 1) O direito de ter uma
religião e crer num ser divino; 2) O direito de não ter uma religião e não crer
em um ser divino; 3) O direito à neutralidade religiosa em espaços de uso comum
(públicos).
Uma explicação
“O neopentecostalismo, em
conseqüência da crença de que é preciso eliminar a presença e a ação do demônio
no mundo, tem como característica classificar as outras denominações religiosas
como pouco engajadas nessa batalha, ou até mesmo como espaços privilegiados da
ação dos demônios, os quais se "disfarçariam" em divindades cultuadas
nesses sistemas. É o caso, sobretudo, das religiões afro-brasileiras, cujos
deuses, principalmente os exus e as pombagiras, são vistos como manifestações
dos demônios.”
Um ateu
Sou ateu e mereço o mesmo
respeito que tenho pelos religiosos. (...) Fui educado para respeitar as
crenças de todos, por mais bizarras que a mim pareçam. Se a religião ajuda uma
pessoa a enfrentar suas contradições existenciais, seja bem-vinda, desde que
não a torne intolerante, autoritária ou violenta. Quanto aos religiosos,
leitor, não os considero iluminados nem crédulos, superiores ou inferiores, os
anos me ensinaram a julgar os homens por suas ações, não pelas convicções que
apregoam.
Um debate
Para o pastor Sezar
Cavalcante, reitor da Faculdade Teológica Betesda, de Campinas (SP), os
evangélicos têm o direito de pregar contra as religiões de matriz
afrobrasileiras, como a umbanda e o candomblé, desde que não usem de força
–como invadir terreiros. Preceitos desses credos, como o culto politeísta aos
orixás, seriam pecado, diz, se entendermos que pecado "é o que errou o
alvo" de Deus, diz. Rodney William, doutorando em antropologia em PUC e
babalorixá do terreiro de candomblé Ilê Obá Ketu Axé Omi Nlá (zona norte de São
Paulo), argumentou que cada religião tem sua própria régua para determinar o
que é pecado.
[TV
Folha]
Observações
- Seu texto deve ser escrito na norma culta da língua portuguesa;
- Deve ter uma estrutura dissertativa-argumentativa;
- Não deve estar redigido sob a forma de poema (versos) ou narração;
- A redação deve ter no mínimo 15 e no máximo 30 linhas escritas;
- De preferência, dê um título à sua redação.
- Envie seu texto até 20 de julho de 2015.
Quando
sua redação estiver pronta, envie para: blogateliedasletras@gmail.com
Fonte: http://educacao.uol.com.br/bancoderedacoes/intolerancia-religiosa-regra-ou-excecao-no-brasil.jhtm
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Edelise Gabardo